Economia

Exportação de energia de hidrelétricas do Brasil rende R$781 mi até agosto

As condições hidrológicas favoráveis desde o ano passado permitiram uma recuperação dos reservatórios das usinas e vertimento das hidrelétricas desde o início do ano, abrindo espaço para a exportação de energia.


SÃO PAULO (Reuters) - A exportação de energia gerada por usinas hidrelétricas do Brasil para a Argentina e o Uruguai somou 847 megawatts (MW) médios entre janeiro a agosto deste ano, rendendo 781 milhões de reais para os geradores da fonte.

Os dados são da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e foram divulgados pelo Ministério de Minas e Energia em comunicado sobre a reunião mensal do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) realizada na segunda-feira.

O Brasil começou neste ano a exportar energia elétrica para países vizinhos sob uma nova modalidade, envolvendo transações comerciais de energia excedente produzida quando há vertimento nos reservatórios de hidrelétricas.

As condições hidrológicas favoráveis desde o ano passado permitiram uma recuperação dos reservatórios das usinas e vertimento das hidrelétricas desde o início do ano, abrindo espaço para a exportação de energia.

Os valores angariados com essas operações são rateados entre as usinas participantes do Mecanismo de Realocação de Energia (MRE), espécie de "condomínio" das hidrelétricas, criado para mitigar o risco de geração dessas usinas pelo compartilhamento de ônus e bônus.

Já a exportação de energia proveniente de usinas termelétricas totalizou 511 MW médios até agosto, com uma compensação de 103 milhões de reais à chamada "conta Bandeiras", o que beneficia os consumidores do mercado cativo de energia.

Ainda na reunião do CMSE, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) relatou um cenário de continuidade do período tipicamente seco no país, verificando a permanência de "onda de calor e consequente elevação das temperaturas em todas as capitais".

O ministério também informou que o parque gerador de energia centralizada do Brasil teve expansão de 7.064 MW de capacidade instalada até agora em 2023, puxada por novas usinas solares e eólicas.

Já a geração de energia distribuída -- modalidade em que o próprio consumidor gera sua energia, principalmente por meio da instalação de painéis solares em telhados e terrenos -- teve expansão de magnitude semelhante, da ordem de 7.042 MW, atingindo aproximadamente 23,4 GW instalados no país, disse a pasta.