Em outubro de 2017, foi descoberto que Cabral tinha acesso, no presídio de Benfica, onde estava na época, a uma televisão de 65 polegadas, um aparelho Blue-Ray, um receiver, caixas de som e 160 filmes em CD - uma espécie de cinema privativo. Depois que a notícia veio à tona, um processo administrativo foi aberto para investigar o caso e o ex-governador foi transferido para Bangu, onde ficou 30 dias em isolamento.
A decisão de atrasar a pena de Cabral foi proferida pelo juiz Rafael Estrela Nóbrega, no último dia 6, ao homologar o procedimento disciplinar administrativo contra o ex-governador e confirmar sua punição. A informação foi divulgada no site do Tribunal de Justiça na última terça, 13.
O magistrado citou, em sua decisão, a Súmula 534 do Superior Tribunal de Justiça, que indica que a prática de falta grave interrompe a contagem para a concessão do benefício do semiaberto, que se reinicia a partir da data da infração.
A progressão de pena é alcançada quando o preso cumpre 1/6 de pena e apresenta bom comportamento.
"Tendo em vista a prática de falta grave e que o apenado cumpre pena no regime fechado, DETERMINO a ALTERAÇÃO da DATA BASE para fazer constar a data da infração, qual seja, 20/10/2017, na forma do disposto na Súmula 534 do Superior Tribunal de Justiça", assinalou o magistrado.
Cabral está preso desde novembro de 2016 e desde então o prazo de mudança para o semiaberto estava sendo contado. O ex-governador do Rio é réu em mais em 29 processos, e tem condenações que somam mais de 215 anos de prisão.