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Mais de 280 mil manifestantes enfrentam polícia em Hong Kong

Há uma semana, mais de cem homens vestidos de branco e armados com paus e barras de metal espancaram dezenas de manifestantes em uma estação de trem


Mais de 280.000 manifestantes enfrentaram neste sábado, 27, no bairro de Yuen Long, em Hong Kong, bombas de gás lacrimogêneo e golpes de bastão da polícia local para protestar contra o espancamento de manifestantes há uma semana e medidas autoritárias do governo chinês. O número é uma estimativa dos organizadores dos protestos. A marcha deste sábado aconteceu a despeito da proibição da polícia, que havia alegado motivos de segurança para impedir o ato.

Há uma semana, mais de cem homens vestidos de branco e armados com paus e barras de metal espancaram dezenas de manifestantes em uma estação de trem em Yuen Long. Passageiros do trem, incluindo uma mulher grávida, também foram golpeados. O fato suscitou acusações de que a polícia local se uniu a bandidos da máfia para atacar os participantes do protesto. Um vídeo amplamente divulgado mostra um deputado pró-China, Junius Ho, andando entre os homens com bastões e apertando as mãos deles.

 

Neste sábado, as manifestações tiveram início pela manhã em Yuen Long e próximo à estação de trem onde, na semana passada, dezenas de manifestantes foram espancados. As ruas de Yuen Long se tornaram um mar de guarda-chuvas pretos, em referência aos protestos de 2014 em Hong Kong. Os guarda-chuvas foram usados tanto como proteção contra bombas de gás e spray de pimenta, com para proteger a identidade dos manifestantes de câmeras de polícia.

Ao longo do dia, a polícia reagiu disparando bombas de gás lacrimogêneo e usando cassetetes para dispersar participantes. Uma parte do grupo, entretanto, permaneceu na estação e buscou refúgio dentro do local. Mais no fim do dia, policiais entraram na estação, onde ainda estavam algumas centenas de manifestantes e dispersaram o grupo.

Em um comunicado divulgado neste sábado, a polícia disse que, em razão de a manifestação ter sido proibida, os manifestantes poderiam ser presos por até cinco anos.

Os protestos em Hong Kong tiveram início no começo de junho, em reação a uma lei de extradição que tornaria mais fácil para o governo chinês processar cidadãos da região com base no sistema legal da administração central, ao invés do sistema de regras da cidade. A lei, desde então, está suspensa. Os opositores também demandam eleições diretas, a dissolução do Parlamento e uma investigação sobre a brutalidade adotada pela polícia.