Política

Parlamento israelense inicia processo para dissolver a câmara e convocar eleições

Os parlamentares israelenses votaram em primeira leitura nesta terça-feira (28) um projeto para dissolver a Câmara, uma etapa fundamental para a convocação de eleições antecipadas, as quintas em menos de quatro anos.


Os parlamentares israelenses votaram em primeira leitura nesta terça-feira (28) um projeto para dissolver a Câmara, uma etapa fundamental para a convocação de eleições antecipadas, as quintas em menos de quatro anos. Os deputados israelenses aprovaram na quarta-feira passada, em leitura preliminar, a dissolução do Knesset (assembleia unicameral) e a convocação de eleições depois que o primeiro-ministro Naftali Bennett anunciou o fim da coalizão mista no poder desde junho de 2021. Após esta votação preliminar, uma comissão analisou a lei que abre as portas para as eleições antecipadas em 25 de outubro e 1º de novembro. Durante a madrugada, a comissão anunciou o fim dos trabalhos e a adoção por "unanimidade" deste projeto de lei, que foi votado em primeira leitura pela assembleia do Knesset, com o apoio de 53 deputados, sem oposição nem abstenção. Os deputados devem ainda aprovar este texto em segunda e terceira leitura, para que o parlamento seja efetivamente dissolvido. - Quarta-feira antes das 23h59 - A comissão parlamentar, formada por deputados da oposição e da coalizão no poder, indicou que um acordo foi alcançado para que as votações em três leituras terminem antes de quarta-feira às 23h59 locais (17h59 em Brasília). Na terça-feira, os parlamentares devem adotar diferentes leis até a votação final na quarta-feira para dissolver o parlamento e convocar novas eleições. Em virtude de um acordo de divisão de poder entre Bennett e o atual ministro de Relações Exteriores, Yair Lapid, este será o primeiro-ministro após a dissolução do Parlamento até a formação do próximo governo que sair das eleições. Em junho de 2021, os dois políticos firmaram um acordo histórico para formar uma coalizão de partidos de direita, centro, esquerda e um árabe que encerrou doze anos do governo de Benjamin Netanyahu. - Revés para a coalizão - Nas últimas semanas, a coalizão de Bennett sofreu vários reveses que a fragilizaram gravemente. Em 6 de junho, a oposição conseguiu uma maioria para que não fosse prorrogada uma norma que prevê que seja aplicada a lei israelense aos mais de 475.000 colonos na Cisjordânia, território palestino ocupado por Israel. Esta lei deveria ser renovada antes de 30 de junho ou os colonos da Cisjordânia corriam risco de perder sua proteção legal garantida pelo direito israelense. No entanto, a dissolução do Parlamento fez a lei ser prorrogada automaticamente. O primeiro-ministro em fim de mandato, Naftali Bennet, lamentou nesta terça-feira a celebração de eleições antecipadas e comemorou os avanços no ano de seu governo. "Não estou feliz que haja eleições, não é bom para Israel (...) mas acredito que em um ano fizemos o trabalho de uma década e me alegro por isso" disse, durante um colóquio sobre cibersegurança em Tel Aviv, aludindo à recuperação econômica e a adoção de um primeiro orçamento de Estado após três anos de crise política.