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Rússia anuncia rendição de mais combatentes ucranianos em Mariupol; EUA reabrem embaixada em Kiev

KIEV/MARIUPOL, Ucrânia (Reuters) - A Rússia disse nesta quarta-feira que quase 700 combatentes ucranianos se renderam em Mariupol, enquanto os Estados Unidos se tornaram o mais recente país ocidental a reabrir sua embaixada em Kiev após um fechamento de três meses.


KIEV/MARIUPOL, Ucrânia (Reuters) - A Rússia disse nesta quarta-feira que quase 700 combatentes ucranianos se renderam em Mariupol, enquanto os Estados Unidos se tornaram o mais recente país ocidental a reabrir sua embaixada em Kiev após um fechamento de três meses. Mais de um dia depois que a Ucrânia anunciou que havia ordenado a retirada de sua guarnição da cidade de Mariupol, o resultado final da batalha mais sangrenta da Europa em décadas permanecia sem solução. Autoridades ucranianas se recusaram a comentar publicamente sobre o destino dos combatentes que fizeram da usina siderúrgica de Azovstal seu último bastião, resistindo enquanto Mariupol era tomada pelas forças russas. "O Estado está fazendo o máximo para resgatar nosso pessoal militar", disse o porta-voz militar Oleksandr Motuzaynik em entrevista coletiva. "Qualquer informação ao público pode colocar em risco esse processo." A Rússia afirmou que mais 694 combatentes se renderam durante a noite, elevando o número total de pessoas que depuseram armas para 959. O líder dos separatistas pró-Rússia no controle da região, Denis Pushilin, disse, segundo a agência de notícias local DNA, que os principais comandantes ainda estavam na usina. Autoridades ucranianas confirmaram a rendição de mais de 250 combatentes na terça-feira, mas não disseram quantos mais estavam dentro. O prefeito de Mariupol, Vadym Boichenko, afirmou que o presidente Volodymyr Zelenskiy, a Cruz Vermelha e as Nações Unidas estão envolvidos nas negociações, mas não deu detalhes. A Rússia se concentrou no sudeste em ofensivas recentes depois de se afastar de Kiev, onde, em mais um sinal de normalização, os Estados Unidos disseram que retomaram as operações em sua embaixada nesta quarta-feira. "O povo ucraniano... tem defendido sua pátria diante da invasão inescrupulosa da Rússia e, como resultado, a bandeira dos Estados Unidos está na embaixada mais uma vez", disse o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken. Um pequeno número de diplomatas retornará inicialmente para a missão, mas as operações consulares não serão retomadas imediatamente, afirmou o porta-voz da embaixada Daniel Langenkamp. Canadá, Reino Unido e outros também retomaram recentemente as operações da embaixada. Mas a rendição na siderúrgica permite que o presidente russo, Vladimir Putin, reivindique uma rara vitória. Também sinaliza o fim próximo de um cerco de quase três meses à cidade portuária de mais de 400.000 habitantes, onde a Ucrânia diz que dezenas de milhares morreram sob bombardeio russo. Autoridades ucranianas falaram em organizar uma troca de prisioneiros, mas Moscou diz que nenhum acordo foi feito para os combatentes, muitos de uma unidade de extrema-direita. A Rússia afirma que mais de 50 combatentes feridos foram levados para tratamento em um hospital, e outros foram levados para uma prisão, ambos em cidades ucranianas controladas por separatistas pró-Rússia.