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Depois de 29 anos, Rali de Bonito volta ao Rio Formoso e emociona canoístas

Várias gerações de canoístas se encontraram neste domingo nas águas do Rio Formoso para competir e celebrar o retorno do Rali de Bonito, que foi no passado uma das principais provas do Campeonato Brasileiro.


Várias gerações de canoístas se encontraram neste domingo nas águas do Rio Formoso para competir e celebrar o retorno do Rali de Bonito, que foi no passado uma das principais provas do Campeonato Brasileiro. A competição teve início em 1989 e encerrou-se em 1993, contribuindo para revelação de campeões brasileiros do Estado e dar visibilidade a uma região que se tornaria o principal destino de ecoturismo do Brasil. “Foi a melhor coisa que poderia acontecer para a canoagem e também para Bonito, que volta a receber uma prova que, seguramente, se tornará nacional”, comemorou o vice-prefeito de Bonito Juca Ygarapé, 61, um dos pioneiros do turismo da Serra da Bodoquena e incentivador dos esportes radicais na região. “Para nós foi um prazer, depois de 30 anos, receber a prova de um esporte que é forte no Estado e tem campeões inclusive paraolímpicos.” O domingo amanheceu nublado, média de 17 graus, com o Rio Formoso recebendo água turva depois de um forte temporal na véspera. Mas a ausência da água transparente não tirou o brilho do evento. “O rio e esse lugar são lindos de qualquer jeito”, resumiu o presidente da Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa), Rafael Girotto, 32, que também competiu. “Eu queria sentir essa emoção, é uma prova diferente, o rio estava cheio e exigiu muito”, citou. Guardião das águas O Rali de Bonito foi realizado na manhã deste domingo (15), num percurso de 4 km entre o Hotel-Fazenda Cachoeira e o Eco Park Porto da Ilha (antiga Ilha do Padre), com correnteza forte e quatro cachoeiras para transpor. O evento contou com a participação de 10 equipes do Estado e uma de Piracicaba (SP), totalizando 33 atletas, e apoio do Governo do Estado, por meio da Fundesporte (Fundação de Desporto e Lazer de MS). Dentre os canoístas veteranos a completar a prova, destaque para José Siqueira Loureiro (Zelão), 72 anos, de Campo Grande. Professor de educação física aposentado, ele disputou algumas etapas na década de 1990 e se sentiu realizado em voltar ao Rio Formoso. “Reabriram o rali e estamos aproveitando o momento para o reencontro com esse lugar lindo, valeu a pena, é muita emoção”, comentou. “Nos primeiros ralis ainda não se falava em turismo aqui.” Homenageado pela Confederação Brasileira de Canoagem e Federação Sul-mato-grossense de Canoagem, o vice-prefeito Juca Ygarapé lembrou que foi vice-campeão brasileiro da competição realizada em 1992, integrando a equipe bonitense os canoístas Fernando Monteiro e Jones Xavier. “A canoagem faz parte do nosso meio ambiente, pois o canoísta é o guardião dessas águas”, pontuou. “Digo mais: Bonito tem tudo ver com esse esporte.” Valendo ranking A prova de Bonito não valeu pontos para o Campeonato Estadual e foi aberta, contando com a presença de uma equipe de São Paulo, campeã de uma das cinco categorias disputadas. O objetivo principal da competição foi anunciar que o rali está de volta e a partir de 2023 deverá valer ponto para o ranking brasileiro, aposta Gustavo Figueiró, presidente da federação estadual. O dirigente também competiu e foi campeão na equipe de Girotto, da CBCa.