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Talibã alerta que sanções contra Afeganistão podem gerar insegurança global e onda de refugiados

Os talibãs advertiram delegados dos Estados Unidos e da União Europeia (UE) sobre a possibilidade de que as sanções econômicas contra o governo afegão possam minar a segurança internacional e deflagrar uma onda de refugiados econômicos.


Os talibãs advertiram delegados dos Estados Unidos e da União Europeia (UE) sobre a possibilidade de que as sanções econômicas contra o governo afegão possam minar a segurança internacional e deflagrar uma onda de refugiados econômicos.

O ministro talibã interino das Relações Exteriores, Amir Khan Muttaqi, disse a diplomatas ocidentais em Doha que "enfraquecer o governo afegão não é do interesse de ninguém, porque seus efeitos negativos afetarão diretamente a segurança do mundo e a migração econômica do país", de acordo com um comunicado divulgado na noite de terça-feira (12).

Para impor sua rígida interpretação da lei religiosa, o grupo islâmico radical derrubou o governo afegão apoiado pelos EUA em agosto passado, após um conflito de duas décadas.

 

As tentativas do Talibã para estabilizar o país, que enfrenta ataques do grupo extremista Estado Islâmico-Khorasan (EI-K), são, no entanto, afetadas pelas sanções internacionais. No momento, bancos estão sem dinheiro, e funcionários públicos estão sem receber salário.

"Pedimos aos países do mundo que acabem com as sanções e permitam que os bancos operem normalmente para que grupos de assistência, organizações e governo possam pagar salários com suas próprias reservas e assistência financeira internacional", apelou Muttaqi, segundo a nota, na reunião de Doha.

Riscos de colapso da economia afegã

Os países europeus temem que um colapso da economia afegã provoque uma saída em massa de migrantes. Esse fluxo pressionaria países vizinhos, como Paquistão e Irã, e, eventualmente, as fronteiras da União Europeia.

Washington e a UE disseram estar preparados para apoiar iniciativas humanitárias no Afeganistão, mas preocupados em dar assistência direta aos talibãs sem garantias de que o novo governo afegão respeitará os direitos humanos, especialmente os das mulheres.