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França anuncia morte morte de líder do grupo Estado Islâmico no Grande Saara

O líder do grupo extremista Estado Islâmico no Grande Saara, Adnan Abu Walid al Sahraoui, foi "neutralizado" pelas forças francesas, na madrugada de quarta para quinta-feira (15). O anúncio foi feito pelo presidente francês, Emmanuel Macron,em uma mensagem publicada no Twitter.


O líder do grupo extremista Estado Islâmico no Grande Saara, Adnan Abu Walid al Sahraoui, foi "neutralizado" pelas forças francesas, na madrugada de quarta para quinta-feira (15). O anúncio foi feito pelo presidente francês, Emmanuel Macron,em uma mensagem publicada no Twitter.

Adnan Abou Walid al-Sahraoui teria morrido no mês passado, entre o vilarejo de Menaka, no Mali, e a fronteira com o Níger, durante uma operação militar das forças armadas francesas, em agosto. De acordo com o correspondente da RFI em Bamako, Serge Daniel, foi preciso um certo tempo para confirmar sua identidade.

O Palácio do Eliseu informou que o líder do grupo Estado Islâmico, considerado o responsável pela maioria dos ataques no Mali, no Níger e em Burkina Faso, conhecida como "zona das três fronteiras", estava "morto".  "Trata-se de um novo grande sucesso no combate contra os grupos terroristas no Sahel", disse Macron.

De acordo com a ministra da Defesa francesa, Florence Parly, o líder do grupo Estado Islâmico no Grande Saara (EIGS) "morreu após um ataque da força Barkhane", uma operação anti-jihadista implantada pela França na área. Fundado em 2015 por Walid al Sahraoui, ex-membro da Frente Polisário no Saara e do movimento Al-Qaeda do Magrebe Islâmico, o grupo EIGS foi identificado pela França como um "inimigo prioritário" no Sahel.

"Adnan Abou Walid al-Sahraoui era um líder terrorista incontestável, autoritário e sem concorrentes no grupo do Daech no Sahel. Foi ele que ordenou o ataque em Kouré, no Níger, em agosto de 2020 que resultou no assassinato de seis franceses que realizam trabalho humanitário para a ONG ACTED e de seu guia nigeriano", explicou Parly em entrevista exclusiva à RFI. O ataque, realizado no dia 9 de agosto em um parque, também matou o motorista que acompanhava o grupo. Em junho e julho, o exército francês matou ou capturou diferentes altos dirigentes do braço do EIGS.

Segundo a ministra francesa, trata-se de um grupo que ataca principalmente a população civil. "Quando atingimos um elo dirigente deste grupo terrorista, desorganizamos esse grupo e criamos dificuldades de logística, de substituição e, assim, enfraquecemos esse grupo terrorista. Esse é o nosso objetivo", declarou.

Luta contra o terrorismo 

A região do Sahel é cenário habitual das ações de dois grupos extremistas: o EIGS e o Grupo de Apoio ao Islã e os Muçulmanos, vinculado à Al-Qaeda. O EIGS cometeu ataques particularmente mortais contra civis e militares na conhecida "zona das três fronteiras".

Depois de oito anos de importantes vínculos com os países que integram a região do Sahel, o presidente Macron anunciou em junho uma redução da presença militar francesa na zona e o fim da operação antijihadista Barkhane. A decisão foi divulgada durante uma cúpula virtual com as lideranças do G5 no Sahel, que reúne Mauritânia, Burkina Faso, Mali, Níger e Chade.

A França, que tinha mais de 5 mil soldados na região, reduziu esse contingente para cerca de 2.500 a 3.000 homens, que atuam em duas missões principais: "a neutralização e desorganização do alto comando de organizações inimigas”, e o “apoio à ascensão dos exércitos da região”.