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EUA realizou operação migratória irregular na Guatemala, denuncia senador

Os agentes do Departamento de Segurança Interior (DHS) americano, que teriam financiado a operação, atuaram em conjunto com membros da Divisão de Portos, Aeroportos e Postos Fronteiriços (Dipafront) da Guatemala, continuou Menendez em seu relatório.


Os Estados Unidos realizaram uma operação migratória irregular na Guatemala em janeiro para retornar a Honduras centenas de migrantes que avançavam em caravana rumo ao norte, denunciou nesta terça-feira (13) o senador americano Bob Menendez.

Menendez, principal representante dos democratas no Comitê de Relações Exteriores do Senado, afirmou que funcionários do governo do presidente Donald Trump na Guatemala prenderam hondurenhos que cruzaram a fronteira guatemalteca, entre eles mulheres e crianças, e os fizeram retornar a seu país em veículos não identificados.

Os agentes do Departamento de Segurança Interior (DHS) americano, que teriam financiado a operação, atuaram em conjunto com membros da Divisão de Portos, Aeroportos e Postos Fronteiriços (Dipafront) da Guatemala, continuou Menendez em seu relatório.

O relatório disse que a operação, que aconteceu em meados de janeiro no leste da Guatemala, perto do posto fronteiriço de Corinto, foi realizada sem seguir protocolos de segurança, proteção e direitos humanos, e pode ter separado famílias.

Ainda segundo Menendes, o DHS não só "tentou encobrir" a operação como "expôs desnecessariamente o governo dos Estados Unidos a possíveis responsabilidades legais e financeiras".

O senador democrata pediu formalmente a abertura de uma investigação no Departamento de Estado e no DHS.

"Este relatório explosivo é um lembrete doloroso de como a agenda anti-imigração do presidente Trump ultrapassou todos os aspectos do trabalho deste governo", disse o senador.

Segundo o relatório, a "fixação" de Trump em coibir a imigração irregular, uma das bandeiras de seu governo, tornou-se o foco de sua política externa para a América Central, minando o papel tradicional da diplomacia norte-americana na região.

Milhares de pessoas da Guatemala, Honduras e El Salvador deixaram seus países nos últimos anos em busca de uma vida melhor nos Estados Unidos.

As enormes caravanas de migrantes em 2018 e 2019 indignaram Trump, que pressionou os países da América Central a assinar acordos de asilo para conter o fluxo de viajantes sem documentos.

Desafiando a pandemia, mais de 3.000 hondurenhos deixaram San Pedro Sula há duas semanas em uma caravana, a primeira desde janeiro. Mas, embora tenham conseguido entrar na Guatemala, a maior parte do grupo foi detida em postos de controle de segurança.