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Startup de biotecnologia deve contribuir para reduzir déficit de transfusão de sangue no Estado

A iniciativa foi destaque do Centelha MS, iniciativa da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul (Fundect), órgão vinculado à Semagro, em parceria com a Finep e Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação.


A diminuição global de doadores de sangue, o risco de transmissão de micro-organismos que podem provocar uma doença, além dos custos da produção de concentrado de hemácias (glóbulos vermelhos) de doação, são fatores que conduziram a farmacêutica Luana Carla da Silva a criar uma startup, a Hemotech, que poderá ajudar a reduzir o déficit da transfusão de sangue ao produzir hemácias em culturas e criando um banco de sangue de cordão umbilical de Mato Grosso do Sul.

A iniciativa foi destaque do Centelha MS, iniciativa da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul (Fundect), órgão vinculado à Semagro, em parceria com a Finep e Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação.

Luana explica funcionamento da startup e importância do projeto Centelha

Luana é coordenadora da empresa e explica que a Hemotech é uma empresa de biotecnologia criada no ano de 2020, voltada para a produção de concentrado de hemácias em cultura. "Viemos contribuir para reduzir o déficit de sangue atualmente presente e que irá se acentuar ainda mais no futuro, usando a biotecnologia para produzir em laboratório esse hemocomponente, o concentrado de hemácias, que hoje só existe através da doação de sangue", explica. 

"Estamos incubados na Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) e temos como meta desempenhar as atividades de banco de sangue de cordão umbilical e placentário, isso depois de todo o processo de regulamentação, autorização, parcerias, entre outros", disse a farmacêutica. 

A relevância da empresa no atual cenário é exemplificada pelo déficit na doação de sangue. “A Organização Mundial da Saúde estima atualmente um déficit anual aproximado de 187,5 milhões de unidades de concentrado de hemácias para fins transfusionais em todo o mundo, com previsão de colapso para o ano de 2050”.

Para a especialista a previsão negativa está embasada, entre outras, na diminuição crescente do número de doadores, inaptidão de doadores em potencial, envelhecimento da população mundial, doenças emergentes, entre outras. “Assim, hemácias produzidas em cultura se apresenta como alternativa segura e viável. Além disso, o Concentrado de hemácias é um produto que apresenta elevada versatilidade de aplicação, dentre elas, uso em anemias crônicas, hemorragias, estados pós-cirúrgicos, transfusão por produção autóloga, sangue raros e bebês prematuros”.

Recebendo o terceiro lugar no Centelha/MS, a participação no programa foi uma ação desafiadora, avalia Luana, ao considerar que de 564 ideias participantes desde a primeira fase, de um total de 3 fases de seleção, o projeto foi aprovado pelo Programa Centelha/MS. “Sendo assim, estamos aptos para o recebimento dos recursos de subvenção econômica nessa primeira edição do Programa no Estado.