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Filme de Paulo Gustavo ficou na mira de secretária demitida do Audiovisual

Katiane considerou que o fato de o humorista ser homossexual tornava o filme inapropriado para essa faixa etária.


A ex-secretária do Audiovisual Katiane Gouvêa ameaçou rever a classificação indicativa de filmes que fossem contrários à linha ideológica do governo de Jair Bolsonaro. Ela disse que tentaria estabelecer novos parâmetros ao ser informada por um representante do setor cinematográfico que o filme Minha Mãe É Uma Peça, estrelado pelo ator Paulo Gustavo, era recomendado para crianças a partir de 12 anos. Katiane considerou que o fato de o humorista ser homossexual tornava o filme inapropriado para essa faixa etária. Leia a matéria completa na edição de VEJA desta semana.

“Para nós, a família é constituída por um pai e uma mãe”, disse a ex-secretária, segundo o relato de um executivo que pediu para não ser identificado. A comédia Minha Mãe É Uma Peça 3 está em cartas em mais de 1.000 salas de cinema. A primeira produção da série atraiu 4,7 milhões de telespectadores, enquanto a segunda foi vista por 10,8 milhões de pessoas. Paulo Gustavo também já atraiu 5 milhões de pessoas ao teatro com as peças Minha Mãe É Uma Peça220 Wts e Hiperativo.

Katiane era o braço-direito do secretário de Cultura, Roberto Alvim, mas foi demitida nesta semana sob a justificativa de que cometeu irregularidades quando tentou se candidatar a deputada federal em 2018. VEJA revelou que ela transferiu 25 600 reais do fundo eleitoral do PSD a uma empresa na qual é sócia com a mãe. Katiane recebeu só 960 votos e não se elegeu.

O novo secretário do Audiovisual é André Sturm, que chefiou a pasta da Cultura na cidade de São Paulo. A indicação de Sturm foi resultado de uma articulação do ex-vereador Andrea Matarazzo (PSD) com o empresário Paulo Skaf (MDB), presidente da Fiesp. Eles tentam obter o apoio de Bolsonaro para uma chapa que disputaria o governo estadual de São Paulo em 2022.