Pela primeira vez em 40 anos, as mulheres iranianas puderam ir ao estádio assistir a uma partida de futebol em seu país.
As mulheres foram banidas de assistir jogos do futebol masculino logo após a revolução Islâmica em 1979.
Mas, recentemente, a pressão e as campanhas contra a proibição cresceram. Durante o prêmio Fifa The Best, Megan Rapinoe, eleita melhor do mundo e bicampeã mundial com os EUA, fez um discurso pedindo a liberdade para as iranianas assistirem futebol. O próprio presidente da Fifa, Gianni Infantino, fez um declaração na mesma premiação dizendo que agiria sobre a situação.
As autoridades iranianas liberaram três mil ingressos para mulheres na partida de quinta-feira para as eliminatórias para a Copa no continente asiático contra Cambodja, no estádio que cabe 78 mil pessoas.
O confronto terminou em 14 a 0 para a seleção local.
Os ingressos foram em um setor especial só para mulheres, uma decisão que foi criticada por não permiti-las de irem com suas famílias/membros masculinos.
Apesar do feito ser celebrado, ainda existe uma preocupação se a decisão se tornará uma norma na liga nacional, que recomeça dia 21 de outubro.
Uma nota semi-oficial postada pela Fars New Agency, alertou as mulheres que iriam para o estádio tomarem cuidado, pois seriam expostas à agressão verbal, uso de drogas e até violência.
''Agora que o governo decidiu deixá-las entrar no Azadi Stadium, esperamos que os espectadores tentem respeitar as mulheres, e, assim, mudar a atmosfera do estádio'', afirmou a nota.
A Fifa pressionou ainda mais o Irã após a morte de Sahar Khodayari, que colocou fogo em si mesma como protesto por ser presa por tentar entrar em uma partida.